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Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| | | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Sáb Jan 30, 2010 9:30 pm | |
| Amor é fogo que arde sem se ver
Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Sáb Jan 30, 2010 9:31 pm | |
| Verdes são os campos
Verdes são os campos, De cor de limão: Assim são os olhos Do meu coração.
Campo, que te estendes Com verdura bela; Ovelhas, que nela Vosso pasto tendes, De ervas vos mantendes Que traz o Verão, E eu das lembranças Do meu coração.
Gados que pasceis Com contentamento, Vosso mantimento Não no entendereis; Isso que comeis Não são ervas, não: São graças dos olhos Do meu coração.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Dom Jan 31, 2010 3:12 pm | |
| Enquanto quis Fortuna que tivesse
Enquanto quis Fortuna que tivesse Esperança de algum contentamento, O gosto de um suave pensamento Me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso desse Minha escritura a algum juízo isento, Escureceu-me o engenho co'o tormento, Para que seus enganos não disesse
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos A diversas vontades! Quando lerdes Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são e não defeitos; E sabei que, segundo o amor tiverdes, Tereis o entendimento de meus versos.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Dom Jan 31, 2010 3:15 pm | |
| Descalça vai para a fonte
Descalça vai para a fonte Leanor pela verdura; Vai fermosa, e não segura.
Leva na cabeça o pote, O testo nas mãos de prata, Cinta de fina escarlata, Sainho de chamelote; Traz a vasquinha de cote, Mais branca que a neve pura. Vai fermosa e não segura.
Descobre a touca a garganta, Cabelos de ouro entrançado Fita de cor de encarnado, Tão linda que o mundo espanta. Chove nela graça tanta, Que dá graça à fermosura. Vai fermosa e não segura.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Qui Fev 04, 2010 1:46 am | |
| Perdigão perdeu a pena
Perdigão perdeu a pena Não há mal que lhe não venha.
Perdigão que o pensamento Subiu a um alto lugar, Perde a pena do voar, Ganha a pena do tormento. Não tem no ar nem no vento Asas com que se sustenha: Não há mal que lhe não venha.
Quis voar a u~a alta torre, Mas achou-se desasado; E, vendo-se depenado, De puro penado morre. Se a queixumes se socorre, Lança no fogo mais lenha: Não há mal que lhe não venha.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Dom Fev 07, 2010 3:14 pm | |
| Eu cantarei de amor tão docemente
Eu cantarei de amor tão docemente, Por uns termos em si tão concertados, Que dois mil acidentes namorados Faça sentir ao peito que não sente.
Farei que amor a todos avivente, Pintando mil segredos delicados, Brandas iras, suspiros magoados, Temerosa ousadia e pena ausente.
Também, Senhora, do desprezo honesto De vossa vista branda e rigorosa, Contentar-me-ei dizendo a menor parte.
Porém, pera cantar de vosso gesto A composição alta e milagrosa Aqui falta saber, engenho e arte.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Dom Fev 07, 2010 3:46 pm | |
| No mundo quis o Tempo que se achasse
No mundo quis o Tempo que se achasse O bem que por acerto ou sorte vinha; E, por exprimentar que dita tinha, Quis que a Fortuna em mim se exprimentasse.
Mas por que meu destino me mostrasse Que nem ter esperanças me convinha, Nunca nesta tão longa vida minha Cousa me deixou ver que desejasse.
Mudando andei costume, terra e estado, Por ver se se mudava a sorte dura; A vida pus nas mãos de um leve lenho.
Mas, segundo o que o Céu me tem mostrado, Já sei que deste meu buscar ventura Achado tenho já que não a tenho.
Luís de Camões | |
| | | Carla Carinhas Membros - Adm
Pais Residente : Localização : Brasil - Paraná - Curitiba Data de inscrição : 25/09/2007 Número de Mensagens : 6397 Idade : 59 Humor : Sempre Alegre
| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 2:35 am | |
| Olá a todos! Bem Tina vim te ajudar um pouco. Quando me quer enganar
Quando me quer enganar A minha bela perjura, Pera mais me confirmar O que quer certificar, Pelos seus olhos mo jura. Como meu contentamento Todo se rege por eles, Imagina o pensamento Que se faz agravo a eles Não crer tão grão juramento.
Porém, como em casos tais Ando já visto e corrente, Sem outros certos sinais, Quanto me ela jura mais, Tanto mais cuido que mente. Então, vendo-lhe ofender Uns tais olhos como aqueles, Deixo-me antes tudo crer, Só pela não constranger A jurar falso por eles.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:22 pm | |
| Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:24 pm | |
| O fogo que na branda cera ardia
O fogo que na branda cera ardia, Vendo o rosto gentil que na alma vejo. Se acendeu de outro fogo do desejo, Por alcançar a luz que vence o dia.
Como de dois ardores se incendia, Da grande impaciência fez despejo, E, remetendo com furor sobejo, Vos foi beijar na parte onde se via.
Ditosa aquela flama, que se atreve Apagar seus ardores e tormentos Na vista do que o mundo tremer deve!
Namoram-se, Senhora, os Elementos De vós, e queima o fogo aquela nave Que queima corações e pensamentos.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:25 pm | |
| O dia em que nasci moura e pereça
O dia em que nasci moura e pereça, Não o queira jamais o tempo dar; Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Eclipse nesse passo o Sol padeça.
A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça, Mostre o Mundo sinais de se acabar, Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça.
As pessoas pasmadas, de ignorantes, As lágrimas no rosto, a cor perdida, Cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes, Que este dia deitou ao Mundo a vida Mais desgraçada que jamais se viu!
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:27 pm | |
| Senhora minha, se de pura inveja
Senhora minha, se de pura inveja Amor me tolhe a vista delicada, A cor, de rosa e neve semeada, E dos olhos a luz que o Sol deseja,
Não me pode tolher que vos não veja Nesta alma, que ele mesmo vos tem dada, Onde vos terei sempre debuxada, Por mais cruel inimigo que me seja.
Nela vos vejo, e vejo que não nasce Em belo e fresco prado deleitoso Senão flor que dá cheiro a toda a serra.
Os lírios tendes nu~a e noutra face. Ditoso quem vos vir, mas mais ditoso Quem os tiver, se há tanto bem na terra!
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:29 pm | |
| Nunca em amor danou o atrevimento
Nunca em amor danou o atrevimento; Favorece a Fortuna a ousadia; Porque sempre a encolhida cobardia De pedra serve ao livre pensamento.
Quem se eleva ao sublime Firmamento, A Estrela nele encontra que lhe é guia; Que o bem que encerra em si a fantasia, São u~as ilusões que leva o vento.
Abrir-se devem passos à ventura; Sem si próprio ninguém será ditoso; Os princípios somente a Sorte os move.
Atrever-se é valor e não loucura; Perderá por cobarde o venturoso Que vos vê, se os temores não remove.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:31 pm | |
| De quantas graças tinha, a Natureza
De quantas graças tinha, a Natureza Fez um belo e riquíssimo tesouro, E com rubis e rosas, neve e ouro, Formou sublime e angélica beleza.
Pôs na boca os rubis, e na pureza Do belo rosto as rosas, por quem mouro; No cabelo o valor do metal louro; No peito a neve em que a alma tenho acesa.
Mas nos olhos mostrou quanto podia, E fez deles um sol, onde se apura A luz mais clara que a do claro dia.
Enfim, Senhora, em vossa compostura Ela a apurar chegou quanto sabia De ouro, rosas, rubis, neve e luz pura.
Luís de Camões | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:36 pm | |
| FLORBELA ESPANCA Florbela Espanca nasceu no Alentejo, em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894. Filha ilegítima de uma "criada de servir" falecida muito nova, alegadamente de "nevrose", foi registada como filha de pai incógnito, marca social ignominiosa que haveria de a marcar profundamente, apesar de curiosamente ter sido educada pelo pai e pela madrasta, Mariana Espanca, em Vila Viçosa, tal como seu irmão de sangue, Apeles Espanca, nascido em 1897 e registado da mesma maneira. Note-se ainda que o pai, que sempre a acompanhou, só 19 anos após a morte da poetisa a perfilhou, por altura da inauguração do seu busto em Évora, debaixo de cerrada insistência de um grupo de florbelianos. Estudou em Évora, onde concluiu o curso dos liceus em 1917. Mais tarde vai estudar para Lisboa, frequentando a Faculdade de Direito. Colaborou no Notícias de Évora e, embora esporádicamente, na Seara Nova. Foi, com Irene Lisboa, percursora do movimento de emancipação da mulher. | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:37 pm | |
| Mais Alto
Mais alto, sim! mais alto, mais além Do sonho, onde morar a dor da vida, Até sair de mim! Ser a Perdida, A que se não encontra! Aquela a quem
O mundo não conhece por Alguém! Ser orgulho, ser àguia na subida, Até chegar a ser, entontecida, Aquela que sonhou o meu desdém!
Mais alto, sim! Mais alto! A intangível! Turris Ebúrnea erguida nos espaços, À rutilante luz dum impossível!
Mais alto, sim! Mais alto! Onde couber mal da vida dentro dos meus braços, Dos meus divinos braços de Mulher!
Florbela Espanca | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
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| Assunto: Re: Poetas Portugueses Seg Fev 08, 2010 6:39 pm | |
| Vozes Do Mar
Quando o sol vai caindo sobre as águas Num nervoso delíquio d’oiro intenso, Donde vem essa voz cheia de mágoas Com que falas à terra, ó mar imenso?...
Tu falas de festins, e cavalgadas De cavaleiros errantes ao luar? Falas de caravelas encantadas Que dormem em teu seio a soluçar?
Tens cantos d'epopeias?Tens anseios D'amarguras? Tu tens também receios, Ó mar cheio de esperança e majestade?!
Donde vem essa voz,ó mar amigo?... ... Talvez a voz do Portugal antigo, Chamando por Camões numa saudade!
Florbela Espanca | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
Pais Residente : Localização : Portugal Data de inscrição : 11/05/2008 Número de Mensagens : 4487 Idade : 74
| Assunto: Re: Poetas Portugueses Ter Fev 09, 2010 9:15 pm | |
| Noites da Minha Terra
Anda o luar espalhando fios de prata Pelos campos fora…Lírios a flux Lança o azul do céu…e a terra grata Transforma em mil perfumes toda a luz!
As estrelas cadentes vão ’spalhando Lirios brancos também…agora a terra Parece noiva linda, que sonhando Caminha pró altar, além na serra…
É meia-noite agora. Tudo quieto Na noite branda, dorme…Entreaberto Vai esfolhando o lírio do luar
As alvas folhas, que cobrindo o céu, E todo o mar e toda a terra, um véu Branco,de noiva, lembra a palpitar!…
Florbela Espanca | |
| | | Isabel Santos Novato
Pais Residente : Localização : Almada - Charneca de Caparica Data de inscrição : 23/01/2010 Número de Mensagens : 239 Idade : 64 Humor : Conforme o tempo
| Assunto: Fernando Pessoa Qua Fev 10, 2010 7:32 pm | |
| Fernando Pessoa o meu poeta favorito | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
Pais Residente : Localização : Portugal Data de inscrição : 11/05/2008 Número de Mensagens : 4487 Idade : 74
| Assunto: Re: Poetas Portugueses Qua Fev 10, 2010 9:54 pm | |
| Olá Isabel Eu também gosto muito de Fernando Pessoa.... Quem não gosta...!!!! Mas a minha intenção ao abrir este "Fio", er colocar informação e foto do poeta e a seguir alguns dos seus poemas... Bjs. | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
Pais Residente : Localização : Portugal Data de inscrição : 11/05/2008 Número de Mensagens : 4487 Idade : 74
| Assunto: Re: Poetas Portugueses Qua Fev 10, 2010 9:55 pm | |
| Sem Palavras Brancas, suaves mãos de irmã Que são mais doces que as das rainhas, Hão de pousar em tuas mãos, as minhas Numa carícia transcendente e vã.
E a tua boca a divinal manhã Que diz as frases com que me acarinhas, Há de pousar nas dolorosas linhas Da minha boca purpurina e sã.
Meus olhos hão de olhar teus olhos tristes; Só eles te dirão que tu existes Dentro de mim num riso d’alvorada!
E nunca se amará ninguém melhor; Tu calando de mim o teu amor, Sem que eu nunca do meu te diga nada!...
Florbela Espanca
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| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
Pais Residente : Localização : Portugal Data de inscrição : 11/05/2008 Número de Mensagens : 4487 Idade : 74
| Assunto: Re: Poetas Portugueses Qua Fev 10, 2010 9:55 pm | |
| O Maior Bem Este querer-te bem sem me quereres, Este sofrer por ti constantemente, Andar atrás de ti sem tu me veres Faria piedade a toda a gente.
Mesmo a beijar-me a tua boca mente... Quantos sangrentos beijos de mulheres Pousa na minha a tua boca ardente, E quanto engano nos seus vãos dizeres!...
Mas que me importa a mim que me não queiras, Se esta pena, esta dor, estas canseiras, Este mísero pungir, árduo e profundo,
Do teu frio desamor, dos teus desdéns, É, na vida, o mais alto dos meus bens? É tudo quanto eu tenho neste mundo?
Florbela Espanca
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| | | Isabel Santos Novato
Pais Residente : Localização : Almada - Charneca de Caparica Data de inscrição : 23/01/2010 Número de Mensagens : 239 Idade : 64 Humor : Conforme o tempo
| Assunto: Fernando Pessoa Qua Fev 10, 2010 10:18 pm | |
| Olá Tina, Quem não conhece Fernando Pessoa? Mas tudo bem aqui vai a foto. E mais um poema que os jovens do secundário gostam muito | |
| | | Maria Ernestina Carvalho Membros Ativos
Pais Residente : Localização : Portugal Data de inscrição : 11/05/2008 Número de Mensagens : 4487 Idade : 74
| Assunto: Re: Poetas Portugueses Qua Fev 10, 2010 10:32 pm | |
| Fernando Pessoa, um dos expoente máximos do modernismo no século XX, considerava-se a si mesmo um «nacionalista místico». Nasceu Fernando António Nogueira Pessoa em Lisboa, no dia 13 de Junho de 1888, filho de Maria Madalena Pinheiro Nogueira e de Joaquim de Seabra Pessoa. A juventude é passada em Lisboa, alegremente, até à morte do pai em 1893 e do irmão Jorge no ano seguinte. Estes acontecimentos, em conjunto com o facto de sua mãe ter conhecido o cônsul de Portugal em Durban, levam-no a viajar para a África do Sul. Aí vive entre 1896 e 1905. À vivência nesse país da Commonwealth pode atribuir-se uma influência decisiva ao nível cultural e intelectual, pondo-o em contacto com os grandes autores de língua inglesa. O Regresso a Portugal, com 17 anos, é feito com o intuito de frequentar o curso de Letras. Mas com o fracasso do curso (frequentou-o poucos meses), governa-se apenas com o seu grande conhecimento da língua inglesa, trabalhando com diversos escritórios em Lisboa em assuntos de correspondência comercial. Ficou sobretudo conhecido como grande prosador do modernismo (ou futurismo) em Portugal. Expressando-se tanto com o seu próprio nome, como através dos seus heterónimos. Entre estes ficaram famosos três: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Fernando Pessoa morre a 30 de Novembro de 1935, de uma grave crise hepática induzida por anos de consumo de álcool, no hospital de S. Luís. Em vida apenas publicou um livro em Português: o poema épico Mensagem, deixando um vasto espólio que ainda hoje não foi completamente analisado e publicado. | |
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